Tire suas dúvidas sobre "raça ideal"



                Muitas pessoas quando decidem comprar um cão mas não sabem qual raça escolher, saem em busca de informações. Essas pessoas são alvo fácil para um grupo de vendedores de cães ou de informações, que tentam convencer o comprador de que está comprando um "cão certo para a pessoa certa". Uma das formas de informar sobre a compra de um filhote é a venda por meio do perfil psicológico do comprador, com estudo prévio, ao ponto de entrar na intimidade do comprador como se ele não tivesse família - é importante lembrarmos que cada membro da família tem um perfil psicológico diferente. Esse comportamento social familiar (cada um com perfil psicológico próprio) não atrapalha a comunicação lingüística entre cães e humanos e muito menos a formação dos cães. Você pode comprar um cão da sua preferência e para a finalidade desejada sem se preocupar se o cão irá aceitá-lo ou não.

                Você, amigo visitante, ao ler as páginas "A espécie Canis familiares" e "Socialização entre cães e humanos" terá uma ligeira idéia de que não existe uma ligação afetiva do cão para o ser humano, buscando traços idênticos de perfis psicológicos. Na realidade, você precisa conhecer o universo canino; saber como o cão reage em cada situação; como memoriza o certo e o errado aplicado pelo didático do dia a dia. Se você conhecer a maneira correta de lidar com o filhote, terá um cão adulto "moldado" dentro dos seus objetivos. E lembre-se: o cão nunca erra! Quem erra são as pessoas que não conseguem transmitir ao animal aquilo que elas desejam que ele faça.

                Podemos definir melhor os comportamentos dos cães tomando por base um método experimental desenvolvido por um cientista russo, Ivan Petrovich Pavlov. Nosso objetivo aqui não será questionar a psicologia comportamental, mas sim, traçar um paralelo entre o comportamento condicionado por Pavlov e os comportamentos que os donos dos cães condicionam atualmente.

                Pois bem, no século XIX, os fisiólogos russos realizavam pesquisas sobre reflexos (respostas, principalmente de natureza fisiológica, provocadas - ou desencadeadas - por estímulos). As respostas podem ser incondicionadas (inatas ou adquiridas) e condicionadas (adquiridas). Pavlov descobriu que reflexos inatos podem ser desencadeados por estímulos que antes não os provocavam. Suas observações básicas eram simples: as glândulas salivares do cachorro, por exemplo, entram em atividade não só quando certos ácidos diluídos ou alimentos são postos em sua boca, mas também, quando ele vê ou cheira a comida ou mesmo quando percebe a pessoa que costuma levar-lhe o alimento. O reflexo salivar, nesse caso, não é apenas uma relação inata entre o estímulo (a comida) e a resposta (a saliva). Com isso, Pavlov desenvolveu um método experimental para estudar a aquisição de novas ligações estímulo-resposta: ao toque de uma sineta, o cão recebia alimento, e salivava, pois salivar é um reflexo natural diante da comida. Mais tarde, entretanto, o cão passou a associar o toque da sineta (estímulo artificial) ao alimento (estímulo natural), salivando só por ouvi-la. O reflexo fôra condicionado, e portanto, provocado por um novo estímulo (a sineta) antes inadequado também para provocar aquela resposta. Pavlov demonstrou que para um condicionamento se manter é preciso que de tempos em tempos, o estímulo natural e o artificial sejam apresentados juntamente. Assim, se a sineta soar inúmeras vezes sem a presença do alimento, a associação sineta-alimento acabará por se extinguir. Isso porque os reflexos condicionados, não sendo inatos, dependem, para existir, das experiências pelas quais passam os organismos vivos em seu relacionamento com o mundo exterior.

                Com a evolução da sociedade, muitos sons foram se inserindo no ambiente do cão, sendo por ele absorvidos. Em todos esses sons, uns leves outros fortes, uns de impacto outros prolongados, o homem está sempre ligado, direta ou indiretamente. Dessa forma, concluímos que o homem é o responsável pelo condicionamento dos diferentes tipos de comportamentos (certos ou errados) que os cães possam vir a apresentar. Assim, pelos vários comportamentos adquiridos, descartamos a afirmação de que cães e humanos possuem igual perfil psicológico e comprovamos que não existe a "raça ideal". Agora, iremos mencionar um exemplo para que você perceba que não é necessário preencher um formulário com inúmeras questões para saber qual raça adquirir.

                Suponhamos que você preencheu um formulário e teve a indicação de que o seu "amigo ideal" era um Rottweiler, macho. A seguir, você adquiriu um filhote num determinado canil (o último de uma ninhada de 5 machos e 3 fêmeas). Ao saber isso, você perguntou ao vendedor como eram as pessoas que adquiriram os outros filhotes. A resposta foi a seguinte:

1º comprador um rapaz de 20 anos que mora com seus pais e sua avó (que não gosta de cães) e que possui uma namorada de 18 anos que adora cães.
2º comprador um casal que possui dois filhos (crianças): adquiriram o cão (fêmea) para guarda patrimonial, uma vez que foram vítimas de vários furtos.
3º comprador um fazendeiro que adquiriu 3 filhotes visando o uso na agropecuária: o trabalho será feito juntamente com os funcionários da fazenda (que não sabem como trabalhar com os cães).
4º comprador uma senhora aposentada, que mora sozinha: comprou o cão (fêmea) para lhe fazer companhia.
5º comprador um proprietário de outro canil: comprou o cão (fêmea) para matriz.

                Pois bem, você percebeu que nenhum dos 5 compradores possuem o mesmo perfil psicológico que você. No entanto, eles responderam da mesma forma o formulário e obtiveram como resposta um cão da raça Rottweiler. A Hungaro Soares esclarece: esses 8 filhotes terão ensinamentos com didáticas diferentes, e sendo assim, cada cão terá um comportamento específico na fase adulta. Se compararmos o perfil psicológico de cada cão adulto, não encontraremos semelhanças de comportamentos que os identifiquem como cães de uma mesma ninhada (somente o Pedigree irá identificá-los dessa forma). E mesmo aplicando aos cães um mesmo método eficiente de adestramento, eles apresentarão diferenças no comportamento, pois cada cão irá viver e se adaptar de acordo com o perfil psicológico de cada pessoa do seu ambiente.

                Sendo assim, você deve ter em mente que adquirir um cão exige muitas responsabilidades, direitos e deveres. Antes de mais nada, você deve analisar as suas condições: qual será o seu custo mensal (alimentação, higiene, veterinário, adestrador); existe um local com espaço adequado para o cãozinho ficar; você terá tempo disponível para se dedicar a ele. Você deve procurar um médico veterinário para que ele dê toda assistência necessária. E não é só isso! É necessário contratar um adestrador para educar o seu cãozinho desde o momento que ele chega na sua casa (educando-o desde o início, você evitará problemas futuros).

                Tendo pensado nesses pontos, você precisa saber para qual finalidade quer o cão: defesa pessoal, patrimonial ou mista; companhia; demonstração artística; esporte; caça. A seguir, basta ver qual será o cão de sua preferência (presente num dos grupos mencionados acima). Pode ser um cão de pequeno, médio ou grande porte; macho ou fêmea. Como você pode perceber, é muito simples, não! Se você estiver com dificuldades, basta contratar um profissional qualificado, mas não para que ele escolha uma raça ideal para você, mas sim para ajudar você a esclarecer as dúvidas. Você é quem deve escolher o seu melhor amigo (dentro das suas necessidades e finalidades). Entre em contato conosco! Um dos serviços que oferecemos é orientá-lo da melhor maneira possível. Mande-nos um e-mail agora mesmo: escola@hungarosoares.com.br

José Soares dos Santos Neto




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